As inúmeras partes de um coração
Fanático pela efêmera euforia dos inícios,
Indiferente ao que já passa rotineiro,
Forte de tão fraco que torna o restante,
Fraco de se apoiar na fragilidade alheia.
As inúmeras partes de uma cabeça
Desejosa do que os olhos conseguem ver,
Dispensando o que as mãos possuem,
Inerte e obstinada porque assim é,
Empolgada e melancólica por quê?
As inúmeras partes de um corpo
Onde, de quando em vez, pousa minha cabeça,
Em que tocam as partes do meu no amor,
E que se esquiva, sai de mim
Para ir lá tão longe, onde vai a alma.
As inúmeras partes de uma face
Aleatoriamente dos sorrisos e da apatia,
Dos olhos que embaraçam os demais olhares,
Do semblante que mente tanto quanto diz a verdade,
O mais singelo e tantas vezes revelado enigma.
As inúmeras partes de uma personalidade
Discreta e notável por onde é mencionada,
Capaz de absolutamente tudo, e tudo mesmo,
E incapaz de tanto.
Imprevisível.
Eu, que tanto dedico a este todo,
Quantas dessas partes amam a mim?
domingo, 7 de novembro de 2010
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