segunda-feira, 22 de novembro de 2010

VFCN.

Traz no rosto um charmoso sorriso sustentado ora na diplomacia de costume, ora na complacência esporádica. Galanteador com um quê de calhorda, ingênuo de quando e vez, mas mestre em tudo o que se determina a analisar (ainda que pelo canto dos olhos). Quantos de meus tantos devaneios aventurei na complexidade do que está sob este semblante? Que quer dizer este ou aquele espasmo facial? De quê são os toques destes dedos?
Há quem seja incapaz de pensar em todo espaço de uma vida o que se transmite em um dos seus olhares. Coexistem: o conhecimento efusivo de tudo que foi visto em frações de segundos (de uma vida de poucos dias a mais que a minha até então); a sensibilidade titânica de nascença; e a covardia de uma carapaça hereditária. Não há perspectiva que se encaixe. Tem de tudo, não um pouco, mas em plenitude.
Além de tudo o que é e que se pode observar, notar, constatar e até escrever, há ainda algo absurdamente grandioso que cabe entre os lábios selados nos beijos, entre os corpos unidos no amor e no silêncio dos mistérios expressivos. Seria diante de olhos anônimos: Minha cabeça sobre seu colo mirada e mirando suas expressões. A mim? Não sei que seria, mas é. E é maravilhosamente.
Esta euforia me faz ora afável, ora paranóica e o tempo todo me felicita e enlouquece. Que ele viva! Que eu viva! Mas, em nome da referida euforia, que vivamos de mãos dadas. É nisso que me faço hoje forte e no que me permito tão frágil.
E quanto à Eternidade, sempre mencionada em situações “análogas” (análogas?)... Ela é cada instantânea sensação (como o aroma dos abraços ou o calor da respiração próxima) que nunca se vai. Em cada singelo instante de nossas vidas se constrói toda a nova história posterior.

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